30 de abril 2020

Saiba como funciona o tratamento do glaucoma

glaucoma está listado entre as principais causas de perda visual e, segundo a Organização Mundial da Saúde, estima-se que 11,9 milhões de pessoas em todo o mundo tenham deficiência visual moderada ou severa, ou cegueira devido ao glaucoma. Um dos fatores que contribui para a progressão do glaucoma é o abandono do tratamento por parte dos pacientes, mas o seguimento correto pode controlar o problema ocular e evitar a cegueira. 

O médico oftalmologista Dr. Mauricio Della Paolera (CRM-SP 47.500),  explica: “O glaucoma é uma doença complexa, mas que pode ser controlada graças às alternativas existentes na atualidade. Entre os motivos alegados pelos pacientes para descuidar do tratamento, especialmente aqueles na faixa da terceira idade, é a quantidade de medicamentos recomendada”. 

Para tentar reverter este cenário e incentivar a continuidade da abordagem, o especialista investe na educação: “Eu acredito que quanto mais informação eu forneço ao paciente e seu acompanhante, melhor será o tratamento. É importante que eles entendam o que é o glaucoma, como ele ocorre, quais podem ser as consequências e quais são os benefícios de seguir as orientações médicas. Deixo a consulta o mais aberta possível para que todos se sintam à vontade para tirar as dúvidas”.

Como funciona o tratamento do glaucoma?

DIAGNÓSTICO

Os principais exames realizados pelo médico oftalmologista para investigação de um possível caso glaucomatoso são:

– Gonioscopia: Exame para classificar o tipo de glaucoma;
– Oftalmoscopia: Permite analisar se o nervo óptico foi danificado em decorrência do glaucoma;
– Paquimetria: Indicado para avaliar a espessura da córnea;
– Campo visual: Ajuda o especialista a avaliar a sensibilidade da região central da visão;
– Tonometria: Para aferir a pressão intraocular.

Para um resultado mais assertivo e melhor avaliação das estruturas oculares, o médico oftalmologista também pode solicitar os exames de: retinografia, retinografia anéritra, tomografia de coerência óptica (OCT), entre outros.

TRATAMENTO CLÍNICO

Dr. Mauricio conta que a indicação do colírio vai depender do tipo de glaucoma e do histórico do paciente (se existe a possibilidade de reação a algum princípio ativo, por exemplo).

O tratamento pode exigir até quatro tipos de colírio, o que contextualiza os relatos mais comuns dos pacientes de não se lembrarem de qual medicamento já foi aplicado ou se usaram o mesmo mais de uma vez. Mas o médico destaca existem opções de colírios que combinam mais de um princípio ativo em um único medicamento, reduzindo o volume de frascos a serem administrados. “Acredito que este facilitador tende a melhorar a taxa de adesão“, comenta o médico oftalmologista. 

Os colírios recomendados no tratamento do glaucoma auxiliam no controle da pressão intraocular (PIO) e, como consequência, impedem a progressão do dano causado pela doença. “Iniciamos com as drogas mais fortes (prostaglandinas) e se não surtir resultado combinamos com outros princípios ativos, como betabloqueador e inibidores da anidrase carbônica”, esclarece Dr. Mauricio.

O médico reforça que também é extremamente importante que o uso dos medicamentos seja feito sempre nos mesmos horários. 

Cuidados importantes durante o tratamento do glaucoma

1.    O intervalo entre aplicação de uma medicação e outra deve ser de (pelo menos) 5 minutos .
2.    Para preservar de maneira adequada, seguir as orientações contidas na bula do seu colírio
3.    Após o diagnóstico e início do tratamento, é o profissional quem irá definir o intervalo das consultas para acompanhamento. Essa periodicidade irá depender de fatores como o tipo de glaucoma, gravidade e estágio da doença.

O desenvolvimento do glaucoma pode acontecer em função de fatores independentes de nossos comportamentos, mas também podemos fazer a nossa parte:

1. Evitar o uso contínuo de colírios com corticoide sem orientação médica
Um dos fatores que pode favorecer o aparecimento do glaucoma é o uso abusivo de colírio com corticoide. “Poucas pessoas sabem, mas o corticoide pode aumentar a pressão intraocular e pode levar ao desenvolvimento do que chamamos de glaucoma corticogênico. Esse tipo é de rápida progressão e também pode cegar. O uso deve ser feito somente sob prescrição médica”, explica o especialista.

2. Consultar o médico oftalmologista regularmente
Dr. Mauricio enfatiza a importância das consultas regulares com o médico oftalmologista para o diagnóstico precoce. No caso do glaucoma, quanto antes iniciar o tratamento, mais cedo se pode controlar a evolução da doença e evitar lesões no nervo óptico.

O texto acima possui caráter exclusivamente informativo. Jamais realize qualquer tipo de tratamento ou se automedique sem a orientação de um especialista.

Referências
– WorldReportOnVision 2019 disponível aqui: https://www.who.int/publications-detail/world-report-on-vision 
– Bula TRIPLENEX®: https://allergan-web-cdn-prod.azureedge.net/allerganbrazil/allerganbrazil/media/allergan-brazil/triplenex-paciente.pdf

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