Abra os olhos para a retinopatia diabética: doença ocular decorrente da diabetes merece atenção redobrada

Conheça os sintomas, causas e tratamentos da retinopatia diabética, complicação ocular decorrentes da diabetes que pode levar à […]

Conheça os sintomas, causas e tratamentos da retinopatia diabética, complicação ocular decorrentes da diabetes que pode levar à cegueira

Você sabia que uma das complicações trazidas pela diabetes que mais impacta os pacientes, podendo levar à cegueira, ainda é pouco conhecida? Estamos falando da retinopatia diabética, uma complicação visual que requer atenção.

Mas, calma: com informação correta e bons hábitos como aliados, é possível cuidar da nossa visão e viver de forma plena. Conheça um pouco mais sobre essa doença e entenda quais cuidados podem ser aliados dos pacientes diabéticos.

O que é a retinopatia diabética?

Imagine que seus olhos são uma câmera de alta definição: a retina é a parte que captura as imagens e as envia para o nosso “computador central”, o cérebro. Quando os níveis de açúcar no sangue ficam instáveis, os pequenos vasos sanguíneos da retina podem ser danificados – e é aí que surge a retinopatia diabética.

Segundo a pesquisa “Retinopatia Diabética: Um Chamado Global para Ação“, da Federação Internacional de Diabetes, essa doença é a quinta causa global mais comum de deficiência visual moderada a grave, e também de cegueira, impactando mais de um terço das pessoas que vivem com diabetes. Ainda de acordo com a pesquisa, cerca de uma em cada três pessoas com diabetes, com mais de 40 anos, já apresenta algum sinal da doença.

Existem duas fases dessa condição¹:

Retinopatia não proliferativa (RNP): neste momento, que corresponde a 90% dos casos, os vasos sanguíneos dão sinais de enfraquecimento e começam a pingar um pouco de fluido ou sangue (em termos médicos, hemorragia vítrea), ocasionando o descolamento de retina. Com isso, a visão pode começar a ficar meio desfocada.

Retinopatia proliferativa (RP): já neste momento, a partir do enfraquecimento ocorrido durante a retinopatia não proliferativa nos vasos sanguíneos novos e/ou tecido fibroso passam a se formar na retina ou no nervo óptico, se espalhando pela superfície interna da retina ou do disco óptico ou até crescendo para dentro da parte central do olho, conhecida como cavidade vítrea. Entretanto, esses novos vasos são muito frágeis e podem causar sangramentos sérios, deixando a visão completamente comprometida. Essa é considerada uma variação mais grave da condição.

Entre os recursos terapêuticos para tratamento da condição estão a fotocoagulação a laser; a aplicação no olho afetado de antiangiogênicos, substâncias que inibem uma proteína chamada VEGF (fator de crescimento vascular endotelial, em português), responsável pela proliferação de vasos anormais; a cirurgia de vitrectomia, que consiste na retirada e substituição de parte ou da totalidade do vítreo do olho, um fluido gelatinoso e transparente que preenche quase todo o globo ocular; e o uso intra-vítreo de medicações à base de corticoide, uma opção de tratamento que pode ser aplicado em casos em que a terapia com agente anti-VEGF não atinge resultados satisfatórios. O oftalmologista é o profissional que indicará o melhor caminho e acompanhará o paciente nesta jornada.

Os sintomas podem variar de acordo com o estágio da doença. No começo, ela pode ser assintomática. Depois, a visão passa a parecer borrada – com manchas escuras – e, em alguns casos, contar com o aparecimento de algumas “moscas” voando, flashes sendo disparados e até perda repentina da visão².

A raiz do problema: a diabetes como causa da retinopatia diabética

A diabetes é a base deste problema, e há várias facetas desta condição primária:

Diabetes tipo 1: é uma doença crônica, que pode ser de origem hereditária e que afeta de 5 a 10% do total de pessoas com a doença³. O sistema imunológico dos pacientes acaba atacando as células beta, produtoras de insulina no pâncreas, fazendo com que pouca ou nenhuma quantidade do hormônio seja liberada. Com isso, o açúcar acaba acumulando no sangue e deixa de ser uma fonte de energia. Apesar de ter um índice maior de diagnósticos durante fases como a infância ou adolescência, essa vertente também pode afetar adultos. O tratamento requer o uso diário de insulina e/ou outros medicamentos para manter os níveis de glicose no sangue sob controle.

Diabetes tipo 2: é o tipo mais comum, afetando cerca de 90% dos pacientes⁴. Ela ocorre quando o corpo não consegue usar a insulina que produz de forma eficaz (resistência à insulina) ou quando o pâncreas não produz insulina suficiente, sendo frequentemente associada ao estilo de vida, como uma dieta desequilibrada e falta de exercício físico. Dependendo da gravidade, a diabetes tipo 2 pode ser tratada apenas com acompanhamento médico, atividades físicas e planejamento alimentar ou, em casos mais avançados, exigir o uso de medicamentos para o controle ideal.

Diabetes gestacional: este tipo acomete algumas mulheres apenas durante o período de gravidez. O acompanhamento pré-natal é essencial para que o diagnóstico seja observado e controlado, pensando no bem-estar da mãe e do bebê. Apesar de ser característica do período gestacional, essa condição favorece um possível desenvolvimento da doença após a gravidez⁵.

Além da presença da diabetes, há outros fatores contribuem com o desenvolvimento da retinopatia diabética?

Qualquer pessoa com diabetes, independente do tipo, possui um risco avançado de desenvolver retinopatia diabética. No entanto, alguns fatores específicos podem aumentar este risco:

● Tempo avançado do diagnóstico da diabetes: quanto mais tempo alguém convive com diabetes, maior a probabilidade de desenvolver complicações oculares. Essa, porém, não é uma via de regra: com o controle adequado, é possível viver sem essa preocupação.
● Falta de controle glicêmico regular: a falta de controle dos níveis de açúcar no sangue aumenta a probabilidade de danos nos vasos sanguíneos, prejudicando não só a rotina do paciente, como também sua saúde ocular.
● Hipertensão e colesterol elevado: estes fatores adicionais aumentam a pressão nos vasos sanguíneos, acelerando os danos à retina.

Pequenos passos preventivos

Muitas vezes, após receber o diagnóstico inicial da diabetes, os pacientes podem se sentir alarmados e desanimados com a rotina de autocuidado que a condição exige e com as possíveis complicações da doença. No entanto, prevenir a retinopatia diabética não é nenhum bicho de sete cabeças. Aqui estão 3 dicas básicas que podem ajudar na hora de recuperar o fôlego e focar em seus cuidados diários:

  1. Monitorização regular: realize exames oftalmológicos periódicos, mesmo que não conviva com sintomas visuais. A detecção precoce é crucial para prevenir complicações graves.
  2. Adote um estilo de vida saudável: pratique atividade física regularmente, mantenha uma dieta equilibrada e evite o tabagismo.
  3. Eduque-se sobre a diabetes e possíveis complicações: conheça os sinais de alerta e esteja atento a qualquer alteração visual, como visão turva ou manchas escuras.

A importância do autocuidado: o principal remédio contra a retinopatia diabética

A retinopatia diabética pode ser sim uma condição séria, mas é possível preveni-la e controlá-la com os cuidados certos. Adotar um estilo de vida saudável, controlar os níveis de açúcar e fazer exames oftalmológicos regulares, com visitas anuais ao oftalmologista, também são passos importantes para manter a sua saúde ocular.

Além disso, lidar com uma condição crônica, como a diabetes, pode ser desafiador. Mas você não está sozinho nesta jornada. Conte com as pessoas ao seu redor! Faça parte de grupos de apoio, afinal, sentir-se parte de uma comunidade, onde se pode partilhar experiências, aprender com os outros e receber apoio, é fundamental.

O compromisso com seu autocuidado também podem fazer uma enorme diferença na gestão da diabetes e na prevenção de complicações como a retinopatia diabética.

Em suma, escolher combinar o controle glicêmico e o oftalmológico pode evitar o desenvolvimento ou a piora da retinopatia diabética, facilitando a aceitação do diagnóstico de diabetes e melhorando a qualidade de vida e bem-estar dos pacientes.

Todos os Direitos Reservados. BR-ABBV-240661. Aprovado em 10/2024.

Fontes:

1 – NEHEMY, Márcio B. Retinopatia diabética. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, v. 61, n. 3, p. 367, jun. 1998. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abo/a/VDkS6KCQhxHcYm4dJ6N8brd/?format=pdf&lang=pt Acesso em: 07/10/2024.

2 – Retina Brasil. Disponível em: https://retinabrasil.org.br/doencas/retinopatiadiabetica/ Acesso em: 07/10/2024.

3 – Sociedade Brasileira de Diabetes. Disponível em: https://diabetes.org.br/ Acesso em: 07/10/2024.

4 – Sociedade Brasileira de Diabetes. Disponível em: https://diabetes.org.br/ Acesso em: 07/10/2024.

5 – Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/diabetes#:~:text=%C3%89%20uma%20doen%C3%A7a%20causada%20pela,das%20c%C3%A9lulas%20do%20nosso%20organismo. Acesso em: 07/10/2024.

Veja mais conteúdos:

24 de maio 2021
Ao longo da vida, diversas são as necessidades que orientam para os exames de rotina, tanto para a [...]
11 de novembro 2024
Conheça os sintomas, causas e tratamentos da retinopatia diabética, complicação ocular decorrentes da diabetes que pode levar à [...]
28 de novembro 2021
Neste novo episódio do Visão em Dia, que faz parte da campanha “Abra os olhos, odiabetes pode levar [...]

Diabetes pode cegar, mas você pode evitar

Quando o assunto é a saúde dos olhos, precisamos enxergar além e nos cuidar por completo, pois diversas […]

Quando o assunto é a saúde dos olhos, precisamos enxergar além e nos cuidar por completo, pois diversas disfunções podem desencadear problemas oculares. É o que acontece com o diabetes, que tem a data de 14 de novembro mundialmente dedicada a si. Hoje iremos falar sobre retinopatia diabética, condição que pode levar à cegueira¹.

Por que o diabetes pode prejudicar a saúde dos olhos?

O diabetes é uma doença crônica. Quando não é tratado adequadamente, pode levar a uma série de complicações, como seu impacto na visão – uma das principais causas de cegueira evitável, causada pela retinopatia diabética².

A retinopatia diabética se caracteriza por uma lesão nos pequenos vasos sanguíneos que nutrem a retina – região do olho responsável pela formação das imagens enviadas ao cérebro -, formando a visão. A doença ocorre quando os níveis de glicose no sangue estão muito elevados, causando alterações nos vasos da retina. Consequentemente, a pessoa pode apresentar alterações visuais com a instalação da doença².

Conscientizar os pacientes diabéticos sobre isso é muito importante e por isso criamos a campanha Abra os olhos – O diabetes pode levar à cegueira. Entenda mais no vídeo abaixo:

O presidente da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo, Dr. Maurício Maia (CRM-SP 90.191), e o médico oftalmologista Dr. Fernando Malerbi (CRM-SP 100.697), Membro da Comissão de Telemedicina da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo, conversaram com a gente a respeito do tema e reforçaram a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para evitar a cegueira – possível consequência quando o diabetes e suas complicações oculares não são controlados adequadamente, o que ocorreu em muitos casos em virtude da pandemia de covid-19.

Visão em Dia – Qual foi o impacto que a pandemia de covid-19 teve na condução dos pacientes com retinopatia diabética?

Dr. Mauricio – Desde o início da pandemia, este tem sido o período de maior procura de pacientes diabéticos pelo atendimento de médicos oftalmologistas. Com o avanço da vacinação, muitas pessoas se sentem mais seguras para sair de casa e retomar alguns cuidados.

No entanto, temos percebido que os pacientes estão retornando aos consultórios acometidos por quadros mais agravados, aumentando a ocorrência de cirurgias e tratamentos mais agressivos como alternativas para conter o avanço das doenças oculares que, se tivessem sido diagnosticadas e tratadas precocemente, poderiam ter sido controladas com o uso de medicamentos.

Visão em Dia – E qual tem sido a maior dificuldade tendo em vista este cenário?

Dr. Mauricio – A adesão aos tratamentos ainda é muito baixa por conta do receio das variantes da covid-19, principalmente porque parte dos pacientes com diabetes e retinopatia diabética são mais velhos.

Com o vírus ainda em circulação, as pessoas mais idosas têm receio de se dirigir ao consultório com mais frequência devido às questões de imunossenescência, ou seja, o envelhecimento da imunidade, o que aumenta a suscetibilidade às infecções respiratórias e outras. Mas, comumente, quando iniciamos o tratamento da retinopatia diabética precisamos acompanhar o caso entre um ou dois meses e esta frequência não tem sido atendida.

Visão em Dia – E como o médico oftalmologista pode auxiliar o paciente diabético?

Dr. Mauricio – Levando informação e oferecendo os tratamentos disponíveis.Hoje, as principais opções são:

Os medicamentos antiangiogênicos, que são substâncias que inibem a ação dos fatores de crescimento vascular e, assim, reduzem a formação e a proliferação de novos vasos sanguíneos³.

Há a opção da injeção intraocular de antiangiogênicos associado ao laser, aplicada mensalmente ou a cada dois meses³.

Outra terapia bastante utilizada é também uma injeção, mas à base de corticoides que são liberados lentamente, e que também pode ser associado ao laser. Com esta opção, nós conseguimos manter o paciente em tratamento e afastado do consultório até quatro meses4.

Ou seja, quanto mais duradouro o tratamento, mais conveniente para o paciente que não precisa se preocupar com nova aplicação ou com uma volta ao consultório de maneira recente, uma vez que o intervalo é maior.

Visão em Dia – O doutor gostaria de acrescentar mais alguma informação?

Dr. Mauricio – Em um mundo ideal, todos os pacientes teriam acesso a todos os tratamentos, mas como isso não é possível, devemos concentrar esforços na disseminação da importância do diagnóstico precoce e do controle da glicemia. O diabetes é uma das principais origens de cegueira evitável em pessoas de idade produtiva e aproximadamente um em cada três adultos com diabetes em todo o mundo é afetada pela retinopatia diabética5. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 146 milhões de pessoas tem retinopatia diabética6, possível consequência do diabetes não tratado adequadamente. É um assunto sério, os números são alarmantes, e por isso precisamos nos mobilizar.

Para a aderência aos tratamentos, precisamos:

  1. Conscientizar os pacientes, pois eles só irão atrás da resolução de um problema se souberem que este problema existe;
  2. Nós, enquanto entidades médicas, precisamos oferecer ajuda e ser mais acessíveis ao público.

Os conteúdos disponíveis neste portal têm a intenção de informar sobre a saúde ocular. A consulta com o profissional de saúde é fundamental e imprescindível para eventual diagnóstico, tratamento e acompanhamento do paciente.

Referências

¹Sociedade Brasileira de Diabetes – Pesquisa brasileira com gadgets e IA pode ampliar acesso à detecção de retinopatia e prevenção de cegueira

² Retinopatia diabética

³ Incorporação de antiangiogênicos para tratamento do Edema Macular Diabético – https://www.researchgate.net/profile/Gustavo-De-Oliveira-4/publication/327177994_Incorporacao_de_antiangiogenicos_para_tratamento_do_Edema_Macular_Diabetico/links/5b7ea42a92851c1e122a2b9a/Incorporacao-de-antiangiogenicos-para-tratamento-do-Edema-Macular-Diabetico.pdf

4RETINOPATIA DIABÉTICA Guidelines – https://www.ger-portugal.com/download/16/files/assets/common/downloads/16.pdf

5Interncional Agency for the Prevention of Blindness (IAPB) – Estudo de referência revela que adultos com diabetes correm risco desnecessário de perda de visão

6World Reporto on Vision 2019 – Página 25 (Disponível para download aqui)

Veja mais conteúdos:

27 de abril 2017
O Dia Nacional de Combate ao Glaucoma (26 de maio) é a melhor oportunidade para estimular a adesão e a [...]
19 de maio 2021
Degeneração macular relacionada à idade: O que você precisa saber Algumas doenças oculares podem ser desencadeadas pelo envelhecimento. [...]

Degeneração macular relacionada à idade: O que você precisa saber

Degeneração macular relacionada à idade: O que você precisa saber Algumas doenças oculares podem ser desencadeadas pelo envelhecimento. […]

Degeneração macular relacionada à idade: O que você precisa saber

Algumas doenças oculares podem ser desencadeadas pelo envelhecimento. Uma delas é a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), problema ocular que pode ocasionar a perda visual irreversível devido ao desgaste dos fotorreceptores da mácula (estrutura localizada na parte central da retina). Saber o que é a doença e quais podem ser as suas consequências é importante para a saúde da visão.

O que é degeneração macular relacionada à idade (DMRI)?

Responsável por captar as imagens que recebemos ao cérebro, a retina é uma camada que reveste internamente o globo ocular. A mácula é o centro da retina e tem como função receber os detalhes e perceber as cores . Quando ela está comprometida, pode ocorrer a deficiência visual ou cegueira .

Dr. Leandro Zacharias (CRM-SP 100.724)médico oftalmologista, explica que a degeneração macular relacionada à idade acomete, geralmente, pessoas a partir de 65 anos de idade  e que seu surgimento está ligado a diversos fatores: “Histórico genético, hábitos alimentares, exposição à luz solar e tabagismo¹”. Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, podemos ainda somar às possíveis causas, pessoas com familiares com a doença e pessoas de pele e olhos claros¹.

Tipos de degeneração macular relacionada à idade (DMRI)

Existem duas formas de DMRI: a seca (ou atrófica), que corresponde a 90% dos casos, e a forma úmida (ou exsudativa), responsável por 10% dos casos¹.

“A degeneração macular relacionada à idade seca tem evolução lenta, o desgaste da mácula é progressivo. Por exemplo, imagine um tapete que começa a se desgastar de tanto usar. Assim fica mais tangível de entendermos como ocorre essa degeneração macular. Já a DMRI úmida é mais agressiva porque trata-se de um crescimento anormal de vasos sob a retina. Esses vasos começam a extravasar líquido ou sangue e, como consequência, distorcem a visão, aparecem manchas no centro da visão, há dificuldade para ler e escrever e os rostos começam a ficar distorcidos”, esclarece Dr. Leandro, que acrescenta: “É neste segundo tipo que acontece a perda visual irreversível”.

Sintomas da DMRI

Os principais sinais da degeneração macular relacionada à idade são distorção visual, mancha no centro da visão e perda de foco. “É comum que o paciente com DMRI tenha a impressão de que os azulejos e palavras, por exemplo, estão desalinhados. Parece algo pequeno, mas as dificuldades aparecem no momento de pagar uma conta, ler um livro, usar o celular, assinar um cheque (os bancos não reconhecem a assinatura). Como não há sinal doloroso, a pessoa acredita que usar óculos irá resolver. O paciente só pede ajuda quando o segundo olho é acometido”, exemplifica o especialista.

Como é feito o diagnóstico e tratamento da degeneração macular relacionada à idade

Quem realiza o diagnóstico da DMRI é o médico oftalmologista. Durante a consulta são feitos exames de refração, teste de amsler (para captar possíveis distorções da visão), dilatação da pupila para checar o fundo do olho e, se necessário, angiografia fluorescente (angiofluoresceinografia) e OCT (exame não invasivo para averiguar a presença de inchaço na mácula. Sua sigla traduzida significa tomografia de coerência óptica). “Esses exames nos ajudam a identificar algumas características da DMRI, como sangramento, inchaço da retina, pontos amarelos no fundo do olho e assim por diante”, pontua Dr. Leandro.

Com o diagnóstico em mãos o médico consegue avaliar se é um caso de degeneração macular relacionada à idade, qual é o tipo e qual será o tratamento.

•    DMRI úmida:  Injeção intraocular (anti-VEGF) e fotocoagulação a laser³.
•    DMRI seca: Ainda não há tratamentos disponíveis, mas existem alternativas sendo avaliadas em estudos3. Alguns retinólogos orientam o uso de complexos vitamínicos, controle de possíveis doenças de base e interrupção do tabagismo (em caso de fumantes), por exemplo.

O médico oftalmologista finaliza informando que o resultado é a longo prazo, mas a recompensa é imensurável: “A DMRI seca ainda não tem tratamentos disponíveis, mas para casos de DMRI úmida um tratamento bem executado ajuda a manter a visão, por isso o diagnóstico precoce é tão importante quanto comparecer aos retornos com o especialista. Melhor tratar para manter do que perder a visão e não ter como recuperá-la”.

O texto acima possui caráter exclusivamente informativo. Jamais realize qualquer tipo de tratamento ou se automedique sem a orientação de um especialista.

Referências

¹ Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) – http://www.cbo.net.br/novo/publico-geral/tudo-sobre-dmri.php
² Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) – http://www.cbo.net.br/novo/publico-geral/dmri.php
³ Tratamentos das Doenças de Retina – http://vejaparasempre.com.br/principais/tratamentos/tratamentos-das-doencas-da-retina/

Veja mais conteúdos:

09 de agosto 2017
A retinopatia diabética é uma das doenças que pode levar à perda de visão e acomete pessoas já [...]
30 de outubro 2023
Doença ocular pode ser agravada por mudanças de temperaturas, mas algumas medidas ajudam a evitá-la durante o ano [...]

Sociedade pode opinar sobre incorporação de tratamento para edema macular diabético no SUS

A inclusão de tecnologias para o tratamento de doenças no Sistema Único de Saúde (SUS) é efetivada após […]

A inclusão de tecnologias para o tratamento de doenças no Sistema Único de Saúde (SUS) é efetivada após uma completa análise feita pela CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde). Uma das etapas deste processo de avaliação é chamada de Consulta Pública, quando a sociedade é convidada a contribuir com suas experiências e opiniões sobre o tema.

No dia 15 de setembro de 2020, foi aberta uma Consulta Pública para avaliar a incorporação no SUS de novo tratamento para edema macular diabético após resposta insuficiente à terapia prévia.

Saiba como participar:

– Ter mais de 18 anos e possuir CPF;
– Preencher todos os campos do formulário no site. A ausência de qualquer informação pode anular todo o documento;
– Clicar em GRAVAR para submeter a contribuição;
– O último dia para participar é 5 de outubro de 2020;
– Responder à pergunta sobre a recomendação da CONITEC (que inicialmente foi não favorável à incorporação do tratamento em primeira instância), sabendo que:

  • – Respondendo CONCORDO, o usuário deixa claro que está concordando com a recomendação da CONITEC de NÃO incluir o tratamento no SUS;
  • – Respondendo DISCORDO, o usuário deixa claro que não concorda com a NÃO recomendação da CONITEC e que é a favor da incorporação do tratamento ao SUS.
  • – Respondendo NÃO CONCORDO E NÃO DISCORDO, o usuário se exime de expressar seu posicionamento. 

Para contribuir com sua experiência, clique aqui.

Saiba mais sobre edema macular diabético

A retinopatia diabética é uma complicação do diabetes que pode ser imperceptível em seus estágios iniciais, mas que se não for tratada em tempo, pode levar à cegueira irreversível. Ela afeta cerca de uma em cada três pessoas que apresentam diabetes, sendo a principal causa de perda de visão e cegueira em pessoas com idade entre 20 e 65 anos¹. Já o edema macular diabético é uma complicação potencial da retinopatia diabética e afeta, atualmente, mais de 28 milhões de diabéticos no mundo¹.

Por que participar de uma Consulta Pública?

Compartilhar sua experiência é uma das formas de ajudar as pessoas que estão a sua volta. Os pacientes sempre têm algo a dizer sobre suas experiências com a doença e seus tratamentos. Esta é uma oportunidade para compartilhar sua opinião.

Além disso, informações baseadas na experiência dos pacientes contribuem para os processos de avaliações de tecnologias em saúde e podem ser úteis na conscientização da sociedade sobre o impacto de uma doença e a necessidade de prevenção e tratamento eficazes.

Como é feita a adição de tecnologias em saúde no SUS?

Para compreender como funciona a incorporação de tecnologias na área da saúde – especificamente no SUS –, o Ministério da Saúde desenvolveu um guia completo, onde descreve o funcionamento e o objetivo de cada fase. E o principal: o material mostra como o cidadão pode se envolver para ajudar ativamente em decisões que impactam toda a população. Você pode acessá-lo aqui.


 O texto acima possui caráter exclusivamente educativo.

Referência
– Diabetic Macular Edema (DME)  – https://idf.org/54-our-activities/562-diabetic-macular-edema-dme.html

Veja mais conteúdos:

10 de fevereiro 2020
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a catarata é uma das principais causas de cegueira reversível no mundo, acometendo principalmente a [...]
21 de setembro 2021
Em meio a tantas cores e iniciativas, o mês de setembro acompanha a cor safira pela primeira vez. A Campanha foi desenvolvida para educar sobre o uso adequado das lentes de contato, pois a utilização de maneira errada pode causar úlceras de córnea, com um alto risco de perda ou comprometimento da visão.

Sete mitos e verdades sobre diabetes e retinopatia diabética

Atualmente, mais de 13 milhões de pessoas vivem com diabetes no Brasil. Devido a sua relevância no país […]

Atualmente, mais de 13 milhões de pessoas vivem com diabetes no Brasil. Devido a sua relevância no país e no mundo, a doença tem no calendário da Organização Mundial da Saúde (OMS) uma data comemorativa, o dia 14 de novembro, em atenção aos cuidados com as consequências de sua evolução – entre elas, a retinopatia diabética, doença que pode levar à cegueira e para a qual a informação é o primeiro passo para a contenção.

Por isso e oportunidade pelas divulgações em torno do Dia Mundial do Diabetes contamos com ajuda do médico oftalmologista Dr Octaviano Magalhães (CRM – SP 96249), para esclarecer alguns mitos e verdade sobre a doença:

1.    O diabetes tem cura. 

Mito. Tanto o diabetes tipo 1 quanto o tipo 2 ainda não têm cura, porque seus mecanismos de desenvolvimento ainda não estão bem definidos. Caracterizada por um problema metabólico, se o diabetes não for controlado, pode evoluir e comprometer oo funcionamento de outros orgãos, levando a sua falência.

Segundo a Federação Internacional de Diabetes, esta é uma doença que deve ter atenção de todas as famílias, pois é uma das principais causas de amputação, doença cardíaca, renal e morte prematura.

2.    O diabetes pode causar cegueira irreversível.

Verdade: Uma das complicações do diabetes para a saúde ocular é a retinopatia diabética, disfunção que afeta diretamente os pequenos vasos da retina. Os vasos podem extravasar ou entupir, desencadeando as dificuldades visuais.

3.    A retinopatia diabética é uma doença silenciosa.

Mito. Isso vai depender do organismo do paciente e do estágio da doença. Inicialmente, é possível embaçar a visão. Manchas, diminuição da visão central, dificuldade de distinguir cores e distorção das imagens, até a perda total da visão podem ser sintomas posteriores.

4.    Não há como prevenir a cegueira causada pela retinopatia diabética.

Mito. Controlar a glicemia, o sistema metabólico, a pressão arterial, as taxas de colesterol e triglicérides e realizar os exames de rotina periodicamente com o médico endocrinologista e o médico oftalmologista podem ser efetivos para prevenção da cegueira.

5.    A retinopatia diabética está associada ao tempo.

Mito. A retinopatia diabética está diretamente relacionada ao diabetes, o que independe da idade, embora possamos considerar que as suas consequências evoluam junto com o envelhecimento do indivíduo e o tempo que a pessoa é portadora da doença. 

6.    A retinopatia diabética só pode ser descoberta com exames específicos.

Verdade. Para identificar a presença da doença é necessária a realização de um exame chamado mapeamento de retina, que consegue visualizar o estado geral da retina e o fluxo sanguíneo. Sua realização deve ser feita a cada seis meses, especialmente em pessoas diabéticas. 

7.    Existe tratamento para controlar a evolução da retinopatia diabética.

Verdade. O tratamento compreende primeiramente o controle da doença sistêmica, ou seja, do próprio diabetes por meio da monitoração da glicemia com apoio de medicamentos contínuos e hábitos de vida saudáveis (alimentação e atividade física). Em paralelo, é importante a consulta regular com o médico oftalmologista para prescrição de medicações específicas de controle da retinopatia diabética, como injeções de medicações intravítreo à base de dexametazona, anti-VEGF, fotocoagulação a laser e cirurgia. 


Saiba mais sobre diabetes e retinopatia diabética

Em nosso canal do Youtube, dispomos de um vídeo explicativo sobre qual é a relação existente entre o diabetes e a retinopatia diabética, quais são as opções de tratamento para controle da doença e quais medidas devemos adotar para uma vida ocular mais saudável. Para conferir o vídeo, clique aqui.

Se você quiser se aprofundar um pouco mais no tema, nós também elaboramos uma playlist especial sobre retinopatia diabética. Para assistir, clique aqui.


O texto acima possui caráter exclusivamente informativo. Jamais realize qualquer tipo de tratamento ou se automedique sem a orientação de um especialista.

Veja mais conteúdos:

27 de abril 2017
Envelhecer é parte natural da vida e os olhos também sofrem mudanças por conta do nosso envelhecimento, com [...]
27 de abril 2017
O Dia Nacional de Combate ao Glaucoma (26 de maio) é a melhor oportunidade para estimular a adesão e a [...]

De olho nas dicas: Existe tratamento para retinopatia diabética em fase avançada?

Quando não tratada adequadamente, a retinopatia diabética pode desencadear perda total da visão. Neste vídeo, o Dr. Arnaldo Pacheco Cialdini, médico oftalmologista, fala sobre o tratamento da retinopatia diabética em casos da doença já avançada. E a notícia é boa: hoje existem alternativas para evitar a cegueira

Relação entre o edema macular diabético e a retinopatia diabética

Neste vídeo o Dr. Rodrigo Brant explica porque é importante consultar o oftalmologista após o diagnóstico de diabetes e quais exames oculares é preciso fazer para prevenção da Retinopatia Diabética:

De olho nas dicas: Pré-diabéticos também correm o risco de ter retinopatia diabética?

Pré-diabéticos também correm o risco de ter retinopatia diabética? Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento da doença e o que fazer para prevenir? O médico oftalmologista, Dr. Leandro Cabral Zacharias responde todas essas perguntas neste vídeo. Fique de olho nas dicas!

Exames que identificam doenças oculares causadas pelo diabetes

Qual é o exame que identifica doenças oculares causadas pelo diabetes? O Dr. Aderbal Alves responde neste vídeo: